Como sua empresa pode pagar menos impostos legalmente? (5 grandes oportunidades)

Como sua empresa pode pagar menos impostos? (5 grandes oportunidades)

Você está cansado de pagar valores exorbitantes de impostos todos os anos? Gostaria que houvesse uma maneira de reduzir legalmente sua carga tributária e economizar mais do seu dinheiro suado? Bem, você está com sorte! Neste artigo, vamos falar sobre 5 Grandes Oportunidades para sua empresa Pagar Menos Impostos Legalmente!

Abordaremos aqui a grande importância do Regime de Tributação, dos Benefícios Fiscais, o impacto dos Códigos Fiscais que você precisa colocar nos seus documentos fiscais, o perigo dos riscos fiscais e, talvez, o ponto mais importante de todos: o Escritório de Contabilidade.

Prepare-se para descobrir dicas práticas que você pode aplicar na sua empresa ainda hoje para Pagar Menos Impostos Legalmente e manter mais dinheiro no seu bolso!

Ahh, e se você quiser assistir ao conteúdo desse artigo, basta “dar o play” no vídeo abaixo. Recomendo que você faça os dois: tanto ler o artigo, quanto assistir ao vídeo, pois ambos podem conter ideias e exemplos diferentes, o que pode ser bastante útil pra você.

Aqui neste artigo eu vou te contar algumas coisas muito interessantes e impactantes, todas ligadas com a ideia de sobrar mais dinheiro no seu bolso no final do mês. Uma delas é que, segundo um estudo divulgado pelo IBGE em 2020, cerca de 95% das empresas pagam impostos indevidamente, ou seja, pagam impostos a mais sem necessidade.

Isso você pode comprovar fazendo uma simples pesquisa no Google com as palavras-chave “empresas pagam impostos indevidamente”.

Então pense comigo: se 95% das empresas do Brasil pagam impostos a mais, sem necessidade, é porque, para 95% das empresas do Brasil, é possível sim pagar menos impostos. Concorda?

Mas uma pergunta que pode surgir na sua cabeça é: “Se é possível, então por que 95% das empresas do Brasil pagam impostos a mais, sem necessidade?”

É exatamente isso que você verá nesse artigo, através das técnicas e estratégias que você verá, e que poderá aplicar na sua empresa ainda hoje.

Então aperte o cinto, e boa leitura!

Oportunidade 1: O Regime de Tributação

Muitas vezes, quando ouço alguém perguntar (ou oriento que perguntem) “Qual é o melhor regime de tributação para minha empresa”, a resposta quase sempre é “Simples Nacional”. Muitos profissionais respondem de imediato, quase sem pensar.

E isso é um problema justamente porque é verdade!

Calma… Antes de você ficar confuso, vou te explicar melhor.

A questão é que, o fato de que GERALMENTE, no Simples Nacional, as empresas pagam menos impostos, é uma verdade TÃO GRANDE, que muitos profissionais tomam isso com verdade absoluta, esquecendo-se que existem as exceções…

Por exemplo: existem empresas em que a maioria dos produtos com os quais trabalha possuem benefícios fiscais. Se cruzarmos isso com o fato de que, geralmente, na maioria dos estados brasileiros, o regime Simples Nacional não aproveita estes benefícios, então talvez seja melhor para esta empresa sair do Simples Nacional e migrar para o Regime Normal. Faz sentido?

De forma mais prática, vamos dizer que você revenda o PRODUTO X, e digamos que esse PRODUTO X seja isento de ICMS. Isso significa dizer que, se sua empresa estiver no Regime Simples Nacional, você provavelmente pagará o ICMS normalmente sobre a venda dessa mercadoria. Porém, se sua empresa for de Regime Normal, você já não terá que pagar o ICMS, justamente por conta do aproveitamento do Benefício Fiscal!

Porém, apenas reforçando, antes de mudar de Regime de Tributação, é importante você fazer um Planejamento Tributário, levando-se em consideração a tributação dos produtos com os quais trabalha.

Digo isso porque, na maioria dos casos, o que vejo é o empresário ouvir de um amigo, que ouviu do compadre, que ouviu do primo, que o Regime Tal é melhor, aí vai logo às pressas querendo mudar a empresa pra esse Regime Tal, e acaba pagando bem mais impostos – simplesmente porque não fez um planejamento mínimo.

Oportunidade 2: Benefícios Fiscais

Agora que você entendeu o impacto dos benefícios fiscais dentro do Regime de Tributação, deve ter ficado um pouco mais curioso pra saber o que são esses tais de Benefícios Fiscais.

Falando de forma direta, como o próprio nome diz, são benefícios concedidos a determinados produtos, determinadas operações ou tipos de empresas.

Um exemplo que sempre gosto de utilizar é o seguinte: imagine que a população de um determinado estado esteja enfrentando muitos problemas dentários, e isso tem se refletido tanto em gastos públicos exorbitantes nessa área. A gestão pública então percebe que seria uma economia muito maior incentivar a população a cuidar mais da higienização bucal que gastar dinheiro com tratamentos dentários.

Então, a gestão pública decide retirar, temporariamente, por dois anos, o ICMS incidente sobre todos os produtos de higienização bucal.

Assim, todas aquelas empresas que conseguem aproveitar este benefício, deixam de pagar o ICMS sobre os produtos citados, tornando-os mais acessíveis aos consumidores.

Existem diversos tipos de benefícios fiscais, porém, dois dos principais no campo do ICMS são a Isenção e a Redução da Base de Cálculo.

A isenção ocorre quando o ICMS é totalmente dispensado, e a redução da base de cálculo ocorre quando sua empresa ainda precisa pagar o ICMS sobre determinada operação, porém, com o valor reduzido.

No caso da redução da base de cálculo, a porcentagem de redução pode variar dependendo do produto, da operação e do destinatário/comprador, dentre outros fatores.

E agora que você já sabe tanto dos benefícios fiscais, quanto da sua relação com o Regime de Tributação, o que você precisa é:

  1. Fazer o levantamento de quais produtos você revende possuem benefícios fiscais;
  2. Verificar se eles se aplicam ao seu regime de tributação;
  3. Se você não estiver fazendo o aproveitamento devido ao Regime de Tributação, fazer (na prática, em uma planilha de Excel ou caderno mesmo), levando-se em consideração faturamento, folha de pagamento e tributação do estoque, entre outros, o quanto (número mesmo) de tributos você deve pagar em cada Regime, para somente depois, se for o caso, decidir pela sua troca.

Oportunidade 3: Códigos Fiscais

Agora que você entendeu a importância do Regime de Tributação, e o impacto da sua relação com os Benefícios Fiscais, para que sua empresa possa de fato de fato pagar menos impostos, você precisa formalizar tudo isso que conversamos nos documentos fiscais, e você consegue fazer isso através dos Códigos Fiscais.

Por exemplo: se o ICMS deve ser pago somente quando o produto for vendido, você informará isso através dos códigos fiscais. Mas se o ICMS já foi pago na compra, e não mais será pago quando o produto for vendido, da mesma forma, você registrará isso através dos códigos fiscais.

E se o produto ou a operação for isenta ou houver redução da base de cálculo? Novamente, tudo será informado através dos códigos fiscais.

Veja que os códigos fiscais servem para formalizar, nos documentos fiscais, a forma coo os tributos da sua empresa devem ser pagos: se integralmente, com substituição tributária, isentos, com redução da base de cálculo, não tributados etc.

Agora observe bem a pergunta que vou fazer a você: e o que acontece se você errar algum desses códigos?

A resposta é simples: se são os códigos fiscais quem determinam se e como os tributos serão pagos após a missão dos documentos fiscais, então ao errar esses códigos, você certamente errará no pagamento desse tributos.

E quando falo errar, digo que você pode pagar menos, ou mais impostos do que deveria, e ambos são grandes problemas para sua empresa. Isso porque, se você pagar menos impostos do que deveria, você estará cometendo a chamada sonegação fiscal, e se pagar mais impostos do que deveria, você terá menos lucro que os seus concorrentes, o que faz com que você perca em competitividade. E é justamente sobre sonegação fiscal ocasionada por erros de códigos fiscais nos documentos fiscais que vamos falar no próximo tópico.

Oportunidade 4: Riscos Fiscais

Agora que você entendeu a importância do Regime de Tributação, o impacto dos benefícios fiscais no tipo de regime e a importância dos códigos fiscais, agora vamos entender um pouco mais sobre os riscos fiscais.

E para você entender melhor, vou começar com um exemplo prático que vi acontecendo em uma empresa não faz muito tempo…

Seguinte: era uma empresa recente e a colaboradora, responsável pela emissão de cupons e notas fiscais, apesar de ter recebido o treinamento pra utilizar o sistema corretamente, resolveu utilizar a criatividade para facilitar a vida dela.

Olha só o que ela fez…

Como eles não utilizavam código de barras para localização dos produtos (não era muito comum no segmento deles), ela pesquisava pela descrição do produto. Porém, não sei o motivo (muitas dessas coisas a gente não consegue compreender muito bem), ela decidiu que alterar a descrição e o preço do produto era mais fácil que localizar o produto na hora da venda.

E assim ela “adotou” um item do cadastro (o item de código 100, por exemplo), e todas as vezes que fazia uma venda, ela acessava o mesmo cadastro, alterava a descrição, o preço do produto e então fazia a emissão do cupom fiscal.

Você já deve ter imaginado o problema…

Veja que, apesar de alterar a descrição e o preço, ela não alterava os códigos fiscais. Ou seja, além de outros códigos, o CST (ou CSOSN), CFOP, NCM, CEST e Código de Barras (se existisse no cadastro) eram simplesmente os mesmos, em todas as vendas que ela realizava!

Para você conseguir visualizar melhor, vou te mostrar duas tabelas: a primeira exibe superficialmente o cadastro de produtos do jeito certo, e o segundo exibe o impacto de vender todos os produtos utilizando o mesmo cadastro:

CódigoTipo de Pagamento do ICMS
100JÁ PAGOU NA COMPRA, E NÃO PRECISA MAIS PAGAR NA VENDA
101JÁ PAGOU NA COMPRA, E NÃO PRECISA MAIS PAGAR NA VENDA
102AINDA NÃO PAGOU NA COMPRA, E PRECISA PAGAR NA VENDA
103AINDA NÃO PAGOU NA COMPRA, E PRECISA PAGAR NA VENDA

Tabela 1: cadastro de produtos correto

Agora veja a Tabela 2, que mostra como esses mesmos produtos estão chegando lá no banco de dados do fisco, através dos documentos fiscais emitidos (NF-e, NFC-e etc.):

CódigoTipo de Pagamento do ICMS
100JÁ PAGOU NA COMPRA, E NÃO PRECISA MAIS PAGAR NA VENDA
100JÁ PAGOU NA COMPRA, E NÃO PRECISA MAIS PAGAR NA VENDA
100AINDA NÃO PAGOU NA COMPRA, E PRECISA PAGAR NA VENDA
100AINDA NÃO PAGOU NA COMPRA, E PRECISA PAGAR NA VENDA

E para não ficar nenhuma sombra de dúvidas, vou detalhar apenas um dos problemas dessa ação da colaboradora:

  • Se para o produto de código 104, o ICMS deveria ser pago após a venda;
  • E se a “configuração fiscal” do produto de código 100 informa que o ICMS já foi pago na compra, e não precisa mais ser pago após a venda;
  • Então, ao vender o produto 104 com as configurações do produto de códgio 100, eu acabarei nem pagando o ICMS na entrada, nem pagando o ICMS na saída;
  • Logo, eu estarei cometendo a chamada SONEGAÇÃO FISCAL, mesmo que sem intenção de fazê-lo.

Imagine então o tamanho da multa que essa empresa não pagaria levando-se em consideração um ano inteiro de sonegação fiscal!

Imagine então que o empresário achou muito baixo o valor dos impostos que ele estava pagando, e decidiu baixar o preço dos produtos, para ganhar em competitividade…

Agora imagine que o fisco veio descobrir apenas dois anos depois, e acabou multando a empresa em um valor tão alto, que “diluindo” o valor da multa no preço de custo das mercadorias, retroativamente, a venda de cada mercadoria passou a apontar prejuízos, em vez de lucro!

Você consegue imaginar o que é um ano de prejuízo nas vendas?

É essa a magnitude do impacto que as empresas correm por não levarem a sério os códigos fiscais.

Espero que você cuide para não ser o próximo “sorteado” com esse “prêmio” desses.

Oportunidade 5: Escritório de Contabilidade

E finalmente chegamos ao Escritório de Contabilidade, e esse tópico será muito interessante porque quebraremos aqui duas crenças que muitas empresas possuem, e que trazem grandes prejuízos.

A primeira delas é a crença de que Contabilidade é para o Contador.

Não é.

Isso ficou no passado, quando a tarefa principal do contador, no setor fiscal, era: solicitar da empresa o total vendido no mês, e calcular os tributos a serem pagos em cima desse total.

E meu amigo leitor… Minha amiga leitora… Hoje em dia é tão, mas tão diferente…

Quer um exemplo?

Vamos lá: somente no escopo do ICMS, antes de calcular o quanto você deve pagar, o contador tem que:

  • Verificar se o produto é isento;
  • Se tem redução da base de cálculo, e qual a porcentagem de redução;
  • Se é substituição tributária, qual o tipo de substituição e qual o cálculo correto;
  • Se é tributado integralmente;
  • Se há a não incidência;
  • Para vendas interestaduais, qual a tributação (pois pode mudar dependendo do produto e dependendo do estado destinatário);
  • Fazer a apuração do ICMS e entrega da EFD;
  • Etc.

Mas calma, que ainda temos o escopo de PIS e COFINS, escopo do INSS e de outras obrigações acessórias.

É muita coisa. Muita coisa mesmo.

E se você, empresário ou empresária, não fizer a sua parte de pelo menos cadastrar seus produtos corretamente, utilizando os códigos fiscais adequados, registar as entradas e saídas de mercadoria adequadamente, ficará muito difícil para o contador prestar um bom serviço.

E ainda digo mais: quando o escritório de contabilidade fizer muita força pra economizar o trabalho da empresa, que deveria ser feito pela empresa, pode se preparar que vem bronca pela frente.

Por exemplo: acontece não raramente de o escritório de contabilidade importar o XML da nota fiscal enviada pelo fornecedor, simplesmente para que a empresa não tenha o trabalho de cadastrar e classificar corretamente os produtos. E é aqui onde a bagunça começa…

Mas isso é assunto para outro dia.

O segundo ponto absolutamente importante é que é necessário manter a sincronia das informações, em outras palavras, uma boa comunicação, entre a empresa e o escritório de contabilidade. E infelizmente, na maioria das vezes, isso não acontece.

Por exemplo, digamos que uma empresa varejista esteja escolhendo um novo fornecedor para a linha de produtos de determinado setor:

  • Como geralmente é feito: a gestão entra em contato com as empesas que fazem parte das opções, a fim de solicitar um orçamento. Após a análise do orçamento recebido, compara o preço de cada um e, levando-se em consideração que são as mesmas mercadorias, escolhe o que tiver o menor preço;
  • Como deveria ser feito: antes de tomar a decisão, a gestão da empresa deveria entrar em contato com o escritório de contabilidade, repassar todas as informações e a preferência pelo fornecedor com o menor preço, para que o escritório possa confirmara se, de fato, trata-se da melhor escolha e a devida justificativa.
  • Porquê: quando o fornecedor repassa o seu preço, muitas vezes ele não informa o ICMS que deve ser pago por ocasião de entrada no estado do comprador, de forma que se você levasse em consideração este fato, outro fornecedor, de outro estado, poderia passar a ter um preço mais atrativo. Além disso, também existem situações em que fornecedores erram na sua tributação (este erro pode inclusive ser ou não intencional), e acabam deixando de cobrar (quando deveriam) o ICMS ST, fazendo com o que seus preços fiquem mais baixos equivocadamente, o que traz grandes prejuízos para sua empresa.

Você pode nesse momento até pensar o seguinte: “Ahh Everton, mas se eu tiver que saber tanta Contabilidade quanto meu contador, eu deixo de ser empresário e vou ser contador, ou mesmo dispenso os serviços dele”.

E você está correto!

Exatamente. Você não tem que saber tanta Contabilidade quanto o seu contador!

O que defendo e provo, de diversas formas, é que as empresas hoje precisam conhecer apenas o básico.

Pra você ficar mais tranquilo, vou citar alguns exemplos do que seria esse básico:

  1. Saber o que é Regime de Tributação, quais as opções e quais  os impactos de cada um para sua empresa;
  2. Conhecer todas as informações que estão  nas suas notas fiscais de compra e venda;
  3. Saber quais impostos sua empresa deve pagar, e em quais momentos;
  4. Saber quais benefícios fiscais existem para os produtos que você comercializa, para as operações que você realiza, e até mesmo para o tipo de empresa que você é;
  5. Como as informações nas notas fiscais que você recebe dos  seus fornecedores representam a realidade dele, e os impostos que ele deve pagar, então é muito importante saber adaptar/converter essas informações para a sua realidade, para retratar os impostos que você deve pagar, tanto  na entrada quanto na saída de mercadorias;
  6. Conhecer os riscos fiscais que existem no seu contexto de trabalho, e trabalhar a fim de evitá-los (a final, ninguém gosta de acordar e descobrir que sua empresa terá que pagar 100, 200 ou 300 Mil Reais de multa, por exemplo – principalmente sem saber ao certo o motivo);
  7. Dialogar sempre com o Escritório de Contabilidade, a fim de que Empresa e Escritório de Contabilidade possam sempre trabalhar com o objeto de Pagar Menos Impostos e Reduzir Riscos Fiscais.

E é isso. Terminamos nosso artigo. Desejo não somente que você tenha gostado, mas principalmente que você consiga aplicar as dicas e estratégias aqui aprendidas no dia a dia da sua empresa, para que você possa Pagar Menos Impostos e, como consequência, lucrar mais, para que sua empresa possa crescer cada vez mais e de forma sólida.

Até breve! Everton Patricio.